Tom pouco assertivo e pessimista do BCE trava a recuperação do euro
O agravamento dos dados económicos da zona euro não ajudaram, mas o que acabou por afetar o euro na semana passada foram as declarações da Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que se revelaram com um tom pessimista quando questionada sobre a atividade económica do velho continente.
Análise do Mercado de Câmbios
O agravamento dos dados económicos da zona euro não ajudaram, mas o que acabou por afetar o euro na semana passada foram as declarações da Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que se revelaram com um tom pessimista quando questionada sobre a atividade económica do velho continente.As perspectivas de que as taxas terminais atingissem um pico abaixo dos 4% sem sinais claros de que a inflação subjacente estivesse a descer, fizeram com que a moeda única recuasse contra as restantes moedas do G10, principalmente contra o dólar.As moedas dos mercados emergentes resistiram muito bem à valorização do dólar e, de facto, a tabela de desempenho da semana foi liderada pelo rand sul-africano, pelo peso mexicano e pelo real brasileiro, tendo estes dois últimos melhorado ainda mais o seu desempenho deste ano, que até à data já tinha sido notável.Esta será uma semana repleta de dados. Na segunda e terça-feira, teremos os relatórios do crescimento do PIB do segundo trimestre e da inflação de julho na zona euro, respetivamente. Será fundamental ver se estes dois relatórios validam a retórica pessimista do BCE; se a inflação subjacente surpreender para cima, as próximas semanas podem tornar-se interessantes nos mercados cambiais. Sexta-feira serão divulgados a taxa de desemprego e as folhas de pagamentos não agrícolas nos EUA, dois dados fundamentais do mercado de trabalho que surgem após uma série de surpresas económicas positivas nos EUA. A economia americana tem vindo a demonstrar uma enorme resiliência apesar das taxas de juro muito elevadas. O Banco de Inglaterra reúne-se na quinta-feira. Agosto é tradicionalmente um mês de baixa volatilidade nos mercados cambiais, mas 2023 poderá facilmente ser uma exceção, dado o cenário atual de incertezas.
