Contributor
Joana Saomiguel
Subscribe to newsletter
Subscribe
Share

Rentabilidades em queda. Dados económicos fortes sustentam os mercados e moedas de mercados emergentes

A retração algo desconcertante das rentabilidades das obrigações americanas na semana passada, juntamente com dados económicos muito fortes, impulsionaram os ativos de risco em geral, incluindo ações, mercadorias e crédito.
Análise do Mercado de Câmbios
A retração algo desconcertante das rentabilidades das obrigações americanas na semana passada, juntamente com dados económicos muito fortes, impulsionaram os ativos de risco em geral, incluindo ações, mercadorias e crédito.

O Dólar não se saiu bem, como seria de esperar, e ressentiu-se face a todas as outras moedas do G10 e às principais moedas dos mercados emergentes. A solidez dos preços do petróleo e do cobre está a revelar-se particularmente favorável às moedas latino-americanas e ao Rublo, que conseguiu resistir ao anúncio de uma nova bateria de sanções dos EUA contra a Rússia.

O Euro será o foco principal na semana que se avizinha. O BCE reúne na quinta-feira e não se esperam alterações de política. O grande destaque será mais uma vez a comunicação, particularmente no que diz respeito ao programa PEPP de compra de obrigações soberanas. Os primeiros indicadores PMI da atividade empresarial de abril serão publicados na sexta-feira. Este será o primeiro teste sério à recuperação do Euro, uma vez que estes são os indicadores mais críticos da atividade económica na Zona Euro.

GBP

Os dados mensais do PIB do Reino Unido foram consistentes com as expetativas de uma contração no primeiro trimestre, embora os detalhes tenham sido ligeiramente melhores do que o receado. Os mercados ignoraram os dados negativos atrasados, e a Libra esterlina foi negociada em linha com o Euro, subindo modestamente em relação ao Dólar americano, em resultado das rentabilidades mais baixas nos EUA. Esta semana, o mercado de trabalho não deve ter grande impacto nos mercados, uma vez que não reflete a reabertura da economia britânica. Mais importantes serão os índices PMI da atividade empresarial que serão conhecidos na sexta-feira e os dados sobre a inflação publicados na quarta-feira. Os primeiros, em particular, deverão mostrar uma recuperação saudável, refletindo as medidas de reabertura de abril.

 

EUR

A recente retração nas rentabilidades proporcionará uma pausa bem-vinda ao BCE, que tenta manter as condições financeiras num nível o mais confortável possível. Consequentemente, não esperamos grandes mudanças nas comunicações do BCE na reunião de quinta-feira, onde esperamos que Lagarde não se comprometa demasiado com novas expansões do mecanismo de compra de dívida soberana (PEPP). Tudo parece indicar que os índices do PMI de sexta-feira serão o evento da semana. A maioria dos estrategas espera um recuo após a força surpreendente do mês passado, mas é possível que as empresas já estejam a olhar para o levantamento progressivo dos confinamentos e que tenhamos uma surpresa positiva, que forneceria o combustível necessário para a recente recuperação do Euro.

 

USD

Os dados económicos impressionantes dos EUA não tiveram o impacto esperado nas rentabilidades dos EUA, que recuaram, deixando as obrigações do Tesouro a dez anos a pagar apenas 1,6%. Houve surpresas positivas em todos os setores, incluindo inflação, subsídios de desemprego, construção de habitação nova e um grande salto nas vendas a retalho, estas últimas mais um sinal da procura crescente. O Dólar foi negociado no rescaldo do aumento do apetite pelo risco em todo o mundo e de rentabilidades mais baixas. Esperamos que os dados desta semana, na sua maioria de segundo nível, confirmem ainda mais a força da recuperação dos EUA. A rentabilidades nos EUA serão imprevisíveis, embora esperemos que os dados continuem fortes para alimentar outro aumento em direção ao topo do recente intervalo.