Contributor
Joana Saomiguel
Subscribe to newsletter
Subscribe
Share

Rendibilidades do Tesouro dos EUA derrapam com receio de aumento da COVID

Foi uma semana relativamente tranquila nos mercados monetários do G10, enquanto a verdadeira ação ocorria noutras geografias.
Análise do Mercado de Câmbios
Foi uma semana relativamente tranquila nos mercados monetários do G10, enquanto a verdadeira ação ocorria noutras geografias.

A correção da rendibilidade dos títulos americanos acelerou perante as preocupações com o crescimento de novas variantes da COVID, tendo atingido valores máximos na quarta-feira como resultado de uma corrida à aquisição que abrandou mais para o fim da semana. Esta volatilidade não teve efeitos significativos noutras partes, embora os receios com a COVID tenham atingido fortemente as moedas da América Latina.

O ponto alto de dados esta semana, em nosso entender, será o relatório sobre a inflação dos Estados Unidos da América de junho que sairá na terça-feira. A inflação global deve manter-se acima de 5% e a subjacente acima de 4%. A elevada rendibilidade dos títulos do tesouro fazem antever uma queda em breve, embora sem certezas. O presidente Powell da Reserva Federal irá falar ao Congresso na quarta-feira, no encontro semestral que deverá ter lugar após a publicação do relatório sobre a inflação, o que deverá ser o outro foco de atenção dos mercados.

GBP

O PIB do Reino Unido cresceu muito ligeiramente em maio, no entanto os mercados não reagiram significativamente a esta fonte de dados retardada. De maior impacto será a decisão de acelerar as medidas de reabertura a partir de 19 de julho, o que é um bom sinal para a Libra esterlina nos próximos meses. Esta semana, vamos acompanhar de perto o relatório de inflação na quarta-feira. Uma surpresa positiva poderá trazer à tona a possibilidade de um aperto da política monetária mais cedo do que se esperava, o que seria positivo para a Libra.

 

EUR

As revisões dos dados preliminares dos índices PMI de junho reforçaram na sua maioria a nossa visão otimista de recuperação da economia europeia. Outro passo importante foi a revisão estratégica da política do BCE, que agora afirma ter uma meta de inflação simétrica de cerca de 2%. Resta saber o que isso significará em termos práticos da política, contudo o anúncio poucos efeitos sobre o mercado. O calendário nesta semana não prevê eventos significativos, pelo que o Euro deverá transacionar com base nas notícias vindas nos Estados Unidos da América, em especial a inflação de junho e o discurso do Presidente Powel da Reserva Federal no Congresso.

 

USD

As oscilações dos títulos do tesouro constituíram as principais notícias numa semana pobre em dados determinantes para o mercado. A recuperação das rendibilidades na segunda metade da semana sugere que estas movimentações tiveram mais a ver com um fecho de posições e com a proteção contra ataques do que com o repensar das perspetivas macroeconómicas.

As atenções viram-se agora para o relatório sobre a inflação na terça-feira. Os economistas não esperam qualquer abrandamento significativo das pressões inflacionistas que resultaram nos níveis de inflação mais elevados das últimas décadas. Verificamos que existe um desfasamento cada vez maior entre a realidade dos dados sobre a inflação e as taxas muito baixas da dívida pública em todo o mundo desenvolvido.