Contributor
Enrique Diaz
Chief Economist and Credit Risk Officer
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Moedas dos mercados emergentes novamente em alta em pleno marasmo estival

Numa semana com poucos dados de mercado e poucas notícias sobre políticas, as moedas do G10 foram negociadas em intervalos apertados, enquan...
Análise do Mercado de Câmbios
Numa semana com poucos dados de mercado e poucas notícias sobre políticas, as moedas do G10 foram negociadas em intervalos apertados, enquanto as moedas dos mercados emergentes continuaram a subir, impulsionadas pelas taxas de juro muito baixas nos países desenvolvidos.

Embora nenhuma moeda do G10 se tenha movido mais de 1%, o panorama geral foi de moedas da Europa mais fracas e moedas dos Antípodas mais fortes.

Na próxima semana todas as atenções estarão voltadas para o BCE. A reunião de julho, na quinta-feira, dará início a uma série de importantes reuniões do banco central, de onde os mercados esperam ver sair uma flexibilização ou pelo menos alguma indicação de que políticas mais flexíveis estão a caminho. Serão divulgadas algumas informações macroeconómicas importantes, designadamente os dados provisórios dos índices PMI da atividade empresarial da Zona Euro e a primeira estimativa do crescimento do PIB do segundo trimestre nos EUA, na sexta-feira. Em suma, acreditamos que os mercados sacudam o torpor das últimas semanas e que vejamos alguns movimentos voláteis na segunda metade da semana.

EUR



Na Zona Euro tem havido poucas notícias a registar, seja na frente macroeconómica seja na política. Mas isso vai mudar esta semana. Na quarta-feira conheceremos os índices de atividade do PMI de julho, o mais importante indicador do estado da economia da Zona Euro. Os mercados esperam poucas mudanças, mas antecipamos margem para uma subida surpresa nos dados pouco animadores sobre a indústria. A reunião do BCE constitui uma oportunidade semelhante. Os mercados estão preparados para comunicações cautelosas e até mesmo para um corte das taxas. Acreditamos que há espaço para alguma deceção e que o BCE apontará para a reunião de setembro, logo que estejam disponíveis mais dados. Se assim for, é de esperar uma recuperação bastante acentuada da moeda comum.

GBP



Na próxima semana, os movimentos da Libra Esterlina continuarão a ser impulsionados pelas manchetes políticas. Espera-se que Boris Johnson vença a corrida à liderança do Partido Conservador, na terça-feira, mas os mercados já estão a contar com isso e a Libra não deverá reagir de forma notória. Os dados económicos continuam a confundir as expectativas. Os salários cresceram, assim como as vendas a retalho, ambas acima das expectativas. Esta semana, sem grandes dados significativos a sair, a política dominará a negociação da Libra. Acreditamos que o impasse em relação ao Brexit provavelmente não se resolverá sem eleições, de modo que qualquer notícia nesse sentido poderá aumentar a volatilidade da moeda.

USD



Os dados económicos de segundo nível dos EUA foram bastante díspares na semana passada. No entanto, a atenção focou-se nos discursos dos funcionários da Reserva Federal que, de um modo geral, confirmaram que está na calha um corte de 25 pontos base, na próxima semana. Com a inflação subjacente confortavelmente perto ou mesmo acima da meta do Fed, dependendo da medida usada, juntamente com a criação consistente de emprego e aumentos salariais reais, acreditamos que as expectativas do mercado de outros três cortes nos próximos doze meses são exageradas. O relatório antecipado de sexta-feira sobre o crescimento do segundo trimestre deverá confirmar a nossa visão, com o crescimento acima de 2% em termos reais e o deflator de preços de 2% na meta do Fed.