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Jesus Elvira
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Eleições antecipadas em França fazem subir a aversão ao risco na Europa

Com poucos eventos macroeconómicos ou de política monetária importantes, para além da inflação PCE nos EUA na sexta-feira, o foco do mercado durante esta semana permanecerá na política.
Análise do Mercado de Câmbios
Com poucos eventos macroeconómicos ou de política monetária importantes, para além da inflação PCE nos EUA na sexta-feira, o foco do mercado durante esta semana permanecerá na política.

As eleições no México, na África do Sul e na Índia provocaram volatilidade nos mercados financeiros, em especial, no mercado cambial. A semana passada a volatilidade mudou-se para a zona euro depois de as eleições para o Parlamento Europeu terem impulsionado os partidos de extrema-direita e levado Macron a convocar eleições antecipadas para a Assembleia em França. As sondagens francesas e o jogo político juntaram-se aos dados macroeconómicos e à política monetária como principal foco de atenção dos investidores, ofuscando a primeira decisão de cortes na taxa de juro do BCE, na passada quinta-feira.

Na semana passada, a maioria das moedas do G10 sofreram algumas perdas mas terminaram perto do ponto de partida, com a notável exceção do iene japonês, prejudicado por um Banco do Japão dovish. No extremo oposto, o rand sul-africano continua a valorizar, com os mercados a celebrarem o acordo entre o Congresso Nacional Africano e a Aliança Democrática Centrista.

Com poucos eventos macroeconómicos ou de política monetária importantes, para além da inflação PCE nos EUA na sexta-feira, o foco do mercado durante esta semana permanecerá na política. Espera-se pouca volatilidade nas eleições britânicas de 4 de julho, uma vez que as sondagens prevêem unanimemente uma maioria trabalhista. A primeira volta das eleições irá realizar-se a 30 de junho e, embora não se esperem resultados definitivos até à segunda volta, haverá informação suficiente para conduzir a negociações potencialmente fraturantes na noite de Domingo e na manhã da Segunda-feira seguinte.

EUR

As consequências políticas das eleições para o Parlamento Europeu e a decisão de Macron de convocar eleições legislativas antecipadas continuam a pesar sobre os activos europeus e, aparentemente, sobre o otimismo empresarial.

Os PMIs da Zona Euro de Junho saíram consideravelmente mais fracos do que o esperado, e a diferença de atividade entre as economias dos EUA e da Europa voltou a aumentar. Mesmo nestas condições o euro teve um desempenho decente, caindo menos de 1% em relação ao dólar.

USD

As notícias económicas dos EUA na semana passada deixaram um sentimento misto, com as vendas a retalho a surpreenderem pela negativa, mas com os índices PMI da atividade empresarial a serem melhores do que o esperado. A crescente aversão ao risco na Europa, provocado pela incerteza nas eleições francesas, apenas pareceu ajudar o dólar americano marginalmente.

Esta semana deverá ser calma, mas o primeiro debate presidencial entre Biden e Trump, na quinta-feira, poderá ser o próximo acontecimento político a agitar os mercados, uma vez que a corrida continua demasiado renhida para ser decidida. Para além da política, o segundo relatório de inflação do mês, os dados das Despesas Pessoais dos Consumidores (PCE), estarão em foco na sexta-feira.

GBP

O Banco de Inglaterra manteve a política inalterada, como esperado, mas sugeriu que pretende começar a cortar as taxas já na próxima reunião, em Agosto. As melhores notícias sobre a inflação, um arrefecimento do mercado de trabalho e os inquéritos PMI da semana passada, mais fracos do que o esperado, apontam na mesma direção. Os mercados estão a fixar preços com probabilidades iguais de tal corte, mas pensamos que, até uma surpresa séria em termos de inflação, o Banco de Inglaterra seguirá os passos do BCE e começará a cortar as taxas.

As perspectivas de uma vitória dos Trabalhistas na próxima semana são, de facto, positivas para a Libra, uma vez que os mercados continuarão a avaliar a existência de laços mais estreitos com a União Europeia. Por conseguinte, não vemos o corte de Agosto a pesar sobre a libra esterlina a médio prazo.

 

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