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Jesus Elvira
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Dólar sobe com viragem da Reserva Federal

A Reserva Federal deixou bem claro na semana passada que vê a economia dos EUA em pleno emprego, que a inflação é o maior problema que enfrenta e que a sua prioridade agora é invertê-la.
Análise do Mercado de Câmbios
A Reserva Federal deixou bem claro na semana passada que vê a economia dos EUA em pleno emprego, que a inflação é o maior problema que enfrenta e que a sua prioridade agora é invertê-la.

As velhas correlações reafirmaram-se nos mercados cambiais, com o Dólar a subir face à todos os seus pares do G10 e face à maioria das moedas dos mercados emergentes. As bolsas caíram, os spreads do crédito aumentaram e os rendimentos das obrigações subiram. No entanto, o vencedor da semana foi o Real brasileiro, que continua a subir graças à poderosa combinação de taxas elevadas e valorização.

Esta semana, os bancos centrais continuam a estar no centro das atenções. O BCE e o Banco de Inglaterra reúnem-se ambos na quinta-feira. Espera-se que este último aumente novamente as taxas para 0,5%, enquanto os mercados procurarão eventuais pistas de mudança da retórica conservadora de Lagarde e de recuo da promessa de não aumentar as taxas até 2023. A inflação de janeiro na Zona Euro na quarta-feira e o relatório sobre os salários de dezembro dos EUA na sexta-feira irão fechar uma semana muito animada.

EUR

O BCE continua a ser o único dissidente entre os principais bancos centrais. Esta posição será novamente testada na sua reunião de quinta-feira, onde os investidores irão analisar os comentários da Presidente Lagarde e procurar eventuais pistas de que o aumento implacável da inflação na Zona Euro está a provocar uma mudança de opinião.

A reunião será precedida pela divulgação das estimativas sobre a inflação de janeiro, onde esperamos ver uma modesta recuperação dos níveis de inflação, uma vez que o aumento do IVA na Alemanha em 2020 faz com que as comparações anuais se mantenham intactas, e os números continuarão muito acima das próprias projeções do BCE.

USD

A Reserva Federal apresentou um caso claro para uma política monetária nitidamente mais contracionista na próxima semana: uma economia com pleno emprego, procura forte e pressões inflacionistas evidentes. Mais importante ainda, abriu a porta subdias ainda mais agressivas do que o mercado está a contar caso os dados o justifiquem.

Esta semana, as atenções estarão centradas no relatório dos salários, mas a tendência será não valorizar assim tanto os dados. As perturbações relacionadas com a Omicron podem resultar num número enganosamente fraco, mas pensamos que tanto os mercados como o Fed vão olhar para além dos números e esperar pelos dados pós-Omicron de fevereiro.

GBP

A Libra esterlina resistiu bastante bem à investida do Dólar na semana passada, graças ao apoio sólido do seu banco central.

Os mercados já esperam um aumento total de 1% das taxas este ano, e esperamos ver já a primeira parcela na reunião de quinta-feira do Banco de Inglaterra, sob a forma de um aumento de 0,25% nas taxas. Haverá também algum foco nas consequências das alegações de que o governo de Boris Johnson violou as suas próprias regras COVID, mas estamos em crer que mesmo uma potencial substituição do PM tenha pouco impacto nos mercados cambiais.

 

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