Dólar cai com vitória de Biden nas eleições presidenciais
À medida que avançava a contagem de votos nos estados decisivos ao longo da semana, era cada vez mais evidente que Biden iria ganhar.
Análise do Mercado de Câmbios
À medida que avançava a contagem de votos nos estados decisivos ao longo da semana, era cada vez mais evidente que Biden iria ganhar.Embora as autoridades dos EUA e os meios de comunicação tenham sido extremamente cautelosos e adiado a decisão até ao fim de semana, os mercados celebraram mais cedo, com as bolsas a recuperarem em todo o mundo e os portos seguros, incluindo o Dólar americano, em queda livre.Nas próximas semanas, a forma como os mercados cambiais vão digerir a combinação entre a vitória de Biden e um Senado que, tudo indica, continuará nas mãos dos Republicanos será determinante. É quase certo que as tensões comerciais irão relaxar, embora a antecipação de estímulos orçamentais significativos nos Estados Unidos da América tenha recuado.Numa semana sem reuniões de bancos centrais ou publicações económicas de especial relevância, prevemos que os mercados se mantenham concentrados nos números da COVID e nos anúncios de confinamento em todo o mundo. A possibilidade de Trump se recusar a aceitar o resultado das eleições e ganhar alguma força jurídica é uma preocupação que persiste, mas para já pensamos tratar-se de um cenário pouco provável. GBPO Banco de Inglaterra surpreendeu os mercados (e surpreendeu-nos também) com um aumento acima do previsto da meta do programa de estímulos monetários, um aumento de 150 mil milhões de Libras para 895 mil milhões de Libras. Os avanços tímidos e pouco claros nas negociações entre a UE e o Reino Unido no âmbito do Brexit atingiram a Libra, que esteve abaixo de todas as outras moedas do G10, com a exceção do Dólar e do Iene japonês.Esta é uma semana repleta de dados no Reino Unido: o relatório sobre o mercado de trabalho na terça-feira e o PIB do terceiro trimestre na quinta-feira. No entanto, não deverão agitar muito os mercados, visto serem análises retrospetivas e não refletirem o impacto económico das novas medidas de confinamento. EURA moeda comum registou uma forte valorização na esteira das crescentes expetativas de vitória de Biden. No entanto, a partir deste ponto dificilmente registará mais ganhos, pelo menos no curto prazo. O agravamento da pandemia da COVID e a vaga de novas medidas de confinamento já mostram sinais de afetar a atividade económica, como revelam os números dos índices PMI da atividade empresarial de outubro. Esta semana, o BCE e possíveis medidas cautelosas a resultarem da reunião de dezembro voltam a estar debaixo dos holofotes, com quatro funcionários-chave do BCE a proferirem discursos nos primeiros dias da semana. USDParece-nos que a combinação de uma vitória de Biden e um desempenho republicano melhor do que o esperado nas eleições teve um impacto nos mercados, provocando uma valorização modesta de ativos de risco e a desvalorização do Dólar americano. Os números do emprego melhores do que o esperado no relatório mensal sobre o emprego dos EUA, conhecidos na passada sexta-feira, tornam ainda menos provável o anúncio de um pacote agressivo de flexibilização orçamental num futuro próximo, apesar do agravamento dos números da COVID nos EUA. Esta semana voltamos a concentrar-nos nas publicações regulares de dados, sendo os números da inflação divulgados na quinta-feira os mais importantes.