Ações em alta e Dólar em baixa com Reserva Federal cada vez mais cautelosa
A semana passada encerrou um mês de agosto invulgarmente animado nos mercados financeiros.
Análise do Mercado de Câmbios
A semana passada encerrou um mês de agosto invulgarmente animado nos mercados financeiros.A combinação de uma flexibilização em massa por parte dos bancos centrais mundiais com um otimismo cauteloso quanto a uma vacina para a COVID trouxe a maior alta de agosto em décadas para as ações dos EUA, mas foi notoriamente negativa para as moedas de refúgio e, mais significativamente, para o Dólar americano. A Reserva Federal não fez nenhum favor ao Dólar americano ao anunciar uma mudança conciliadora na sua política futura, prometendo que tolerará agora períodos de inflação acima da meta, a fim de compensar o tempo em que a inflação permanece abaixo da meta de 2%.A desvalorização do Dólar americano tem sido particularmente forte face a moedas com exposições significativas às matérias-primas, e espera-se que o setor beneficie da maior tolerância da Reserva Federal em relação às pressões inflacionistas. A única exceção tem sido o Real brasileiro, que continua a ser pressionado por preocupações fiscais e pela fraca resposta do país à pandemia.Os investidores que regressam de férias terão um prato cheio de notícias macroeconómicas na próxima semana. Os índices PMI da atividade empresarial e a inflação da Zona Euro para o mês de agosto, divulgados entre terça e quinta-feira, prepararão o cenário para o relatório de agosto sobre o emprego dos EUA na sexta-feira.
EURA escalada do Euro em relação ao Dólar recebeu um novo impulso com o anúncio da Reserva Federal de uma política de "metas flexíveis" que será mais tolerante com a inflação acima da meta no futuro. Embora permaneçamos positivos em relação à moeda comum a longo prazo, a velocidade da evolução recente, as posições curtas dos especuladores monetários em Dólares e a natureza mista das recentes notícias económicas e pandémicas da Zona Euro podem torná-la vulnerável a recuos a curto prazo. O relatório da inflação de agosto desta semana é invulgarmente difícil de prever, e uma surpresa em qualquer direção poderá ser um catalisador para um movimento brusco da moeda. GBPA Libra esterlina tem sido uma das principais beneficiárias do clima de risco nos mercados neste Verão, e superou todas as moedas do G10 não dependentes de “commodities”, subindo para valores de há dois anos em relação ao Dólar americano. Pareceu assim ultrapassar a falta de qualquer progresso visível nas negociações do Brexit e alguns dados económicos oscilantes. É pouco provável que esta semana traga notícias sobre a pandemia ou sobre as negociações do Brexit. Dadas as posições curtas dos especuladores em relação ao Dólar dos EUA e a forte alta da Libra nas últimas semanas, há uma boa possibilidade de um recuo temporário resultante de qualquer desapontamento com as notícias económicas ou as negociações do Brexit. USDA mudança significativa na gestão da inflação anunciada na semana passada pela Reserva Federal aumenta a nossa confiança na nossa visão de baixa do Dólar americano no longo prazo. A Reserva Federal declarou que tolerará resultados inflacionistas acima do seu objetivo de 2% de modo a manter a média em torno da meta. O que isto significa no médio prazo é que a barreira para quaisquer subidas futuras das taxas de juro é ainda mais alta do que o mercado previa. Uma inflação mais elevada já não será por si só suficiente para as justificar. Os mercados financeiros reagiram como seria de esperar, com os preços das matérias-primas e das ações em alta e os títulos de longo prazo e o Dólar norte-americano em baixa.No curto prazo, acreditamos que a resistência a novas desvalorizações do Dólar está a aumentar, à medida que os especuladores estão cada vez mais pressionados com o seu posicionamento consensual de baixa do Dólar. Um relatório positivo do mercado de trabalho na sexta-feira pode fornecer um catalisador para uma recuperação da cobertura de curto prazo do Dólar.
